Comer é uma atividade natural, saudável e prazerosa que, basicamente, tem a função de saciar a fome. No entanto, em nossa cultura atual obcecada por dietas e na obtenção do “corpo perfeito”, comer está passando a ser uma atividade cheia de dicotomias de “pode” ou “não pode”, modismos, restrições alimentares e muita culpa.

As dietas acabam dando a mesma solução para todos, e isso não funciona porque cada indivíduo tem um metabolismo, um histórico e razões diferente para o sobrepeso. Este cenário cheio de restrições, sem que haja o diagnóstico de doença, onde o brigadeiro, o glúten, a lactose são os vilões, não tem contribuído para mudanças de comportamento duradouras ou obtenção de uma vida saudável e prazerosa. Os índices de obesidade, doenças crônicas e transtornos alimentares comprovam isso.

Mas o que fazer então?

Está na hora de fazer as pazes com a comida retomando o significado natural da alimentação, sem medo e sem culpa.

Imagem: iStock

A alimentação intuitiva (intuitive eating) e a alimentação consciente (mindful eating) têm contribuído para uma alimentação consciente e livre de restrições respeitando os sentidos físicos e psicológicos envolvidos no ato de comer. Esta maneira de se alimentar possui alguns princípios práticos que você também poderá seguir:

1. Rejeite a mentalidade de fazer dietas

Jogue fora os livros de dieta e artigos de revistas que oferecem-lhe uma falsa esperança de perder peso rapidamente, facilmente e de forma permanente. Não confie em mentiras que levaram você à frustração.

2. Faça as pazes com a comida

Pare de lutar contra a comida! A comida, além da função de nos nutrir, assume funções culturais, sociais, emocionais e sensoriais em nossas vidas. Dê-se permissão para comer sem culpa. Se você diz a si mesmo que você não pode ou não deve comer um determinado alimento, isso pode levar à sentimentos intensos de privação que constroem desejos incontroláveis e, muitas vezes, comer compulsivamente.  Saiba que nenhum alimento por si só vai fazer engordar ou emagrecer. Não adianta dar foco apenas para as calorias, devemos escutar o nosso corpo.

3. Respeite sua saciedade

Observe os sinais do corpo que lhe dizem que você não está mais com fome. Tenha consciência de suas reais necessidades, coma devagar e “ouça” seu corpo. Com esta experiência, você vai descobrir que necessita de muito menos comida para decidir que você teve o suficiente.

Imagem: Disney Babble

4. Respeite seu corpo

É difícil rejeitar a mentalidade de dieta, se você é irrealista e excessivamente crítico sobre o seu corpo. Aceite suas características genéticas. Respeite o seu corpo, para que você possa sentir-se melhor sobre quem você é.

5. Seja saudável de modo permanente

Faça escolhas alimentares que honram a sua saúde e paladar ao fazer você se sentir bem. Lembre-se que você não tem que comer uma dieta restritiva para ser saudável ou perder peso. É a qualidade do que você come de forma consistente ao longo do tempo o que importa. Opte por alimentos mais naturais e redução de industrializados, isso já irá ser muito benéfico ao seu corpo.

6. Exercício

Mudar seu foco para como você se sente ao mover o corpo, mais do que o efeito de queima de calorias de exercício poderá te deixar mais  energizado. Se seu único objetivo é perder peso, saiba que, geralmente, este não é um fator de motivação que seja sustentado por muito tempo.

A alimentação intuitiva e consciente nos remete a real importância da alimentação em todos os aspectos, no estar presente e consciente a respeito de nosso corpo, na aceitação deste ato como positivo e prazeroso.

Não precisamos de novas dietas restritivas, produtos que só visam o lucro, massificação de informações errôneas de blogueiras fitness, promoção de transtornos alimentares, busca por corpos “perfeitos” e sentimento de culpa. Precisamos ter maior consciência sobre quem somos, sobre nosso corpo e como nos comprometemos com nossa saúde.

Imagem: Lelis Doces

– Por um mundo onde comer um brigadeiro não seja crime!

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