No final dos anos 70, Bill Sysak, um jovem apaixonado por cerveja, começou a fazer algo completamente novo para a época: ele comprou caixas de cerveja e escondeu as garrafas em seu porão, no mesmo lugar que guardava seus vinhos.

Ao longo de vários anos, Bill Sysak descobriu que algumas cervejas poderiam desenvolver sabores ricos – como toffee e caramelo – que, curiosamente, não estão presentes quando novas. Entusiasmado com o que encontrou, Bill dedicou-se mais à atividade de guardar cervejas e fez disso um hobby em tempo integral.

Imagem: The New York Times

Hoje, o esconderijo de Bill Sysak contém milhares de garrafas. Alguns rótulos foram adquiridos de outros colecionadores e hoje, o acervo conta com centenas de cervejas com mais de 60 anos de idade. Enquanto isso, mais aficionados pela bebida começam a experimentar a arte da ciência do envelhecimento da cerveja.

Sysak, que hoje trabalha para a Stone Brewing Co. como “embaixador de cerveja artesanal”, diz que há uma diferença considerável entre o envelhecimento de cerveja em barris – bastante popular entre os mestres cervejeiros atuais – e do envelhecimento em garrafas.

“Quando uma cerveja está em um barril de carvalho, ela continua a pegar sabores, como vanilina e taninos, que contribuem para a receita criada pelo fabricante”, diz Sysak.

Mas uma cerveja envelhecida na garrafa, que está hermeticamente fechada, não contém nenhuma adição material e seu sabor é afetado apenas com os efeitos do tempo.

Imagem: The Salt

Porém, muitas cervejas não são adequadas para o envelhecimento. Pilseners, Pale Ales, IPAs e outros estilos com níveis baixos ou moderados de álcool, só vão piorar quando escondidas em um lugar fresco e escuro. Ou seja, cervejas com grande quantidade de lúpulo são, geralmente, ideais para serem consumidas frescas.  Alguns compostos “quebram” rapidamente e, perder a qualidade aromática de uma IPA, por exemplo, é trágico.

Para que uma cerveja beneficie-se do envelhecimento, há vários requisitos básicos. O primeiro e mais importante, é a graduação alcoólica, que deve ter, pelo menos, 8% em volume de álcool.

Imagem: The Salt

Outro requisito é a doçura, proveniente de açúcar residual que não fermenta durante a infusão e também ajuda, como os açúcares de malte, a desenvolver sobretons de caramelo. Cervejas amargas, um método de fabricação de cerveja popular, são facilmente encontradas nas adegas e também podem fazer parte da coleção de cervejas envelhecidas.

Com a alta produção de cerveja artesanal no mundo inteiro, é fácil encontrar um rótulo com sabor envelhecido. Por outro lado, encontrar cervejas de idade em algum porão de alguma adega é mais desafiador, já que os grandes varejistas não têm espaço de armazenamento para manter coleções de safras passadas.

O que algumas pessoas fazem, é comprar diversos rótulos e etiquetar a garrafa com a data de fabricação. Cervejas como a North Coast Brewing´s Old Stock Ale, a Old Stock – forte e doce – são consideradas excelentes para envelhecer.

Imagem: Campsite Studio

Outras que merecem atenção são Anchor Brewing´s Old Foghorn, Goose Island´s Bourbon County Stout e Sierra Nevada´s Bigfoot. A maioria delas pode ser degustada após um ano e o resultado de sabor é perceptível tornando a experiência em uma degustação única com o melhor blend de todos os tempos.

Portanto, o melhor a se fazer, é buscar por cervejas com alta graduação alcoólica, lembrando de deixar de lado as Pilseners, Ipas, Pale Ales e as de baixa graduação alcoólica, e fazer sua própria adega.

| via The Salt

Compartilhe