Fotografia
Rio de Janeiro sob o olhar humanista de Kurt Klagsbrunn
por Valéria Scavone
Nascido em Viena em maio de 1918 e com a ascensão ao nazismo, Kurt Klagsbrunn foi obrigado a abandonar seus estudos de medicina. E com isso, também foiobrigado a deixar sua terra natal em 1938.
Ao deixar a Áustria, não permitiram que ele saísse do país com uma câmera fotográfica. Mas ao chegar no Brasil em 1939, aterrissou no Rio do Janeiro com uma Leica, o instrumento que seria seu passaporte para uma nova vida.
Discreto e observador, curioso e às vezes irônico, Kurt Klagsbrunn registrou festas e eventos sociais. Assim como, políticos para revistas, como Rio Magazine, Sombra, Brazil Herald, Rio, Fon-Fon, Vida, Revista do Comércio e Carroussel.
Em pouco tempo, já tinha uma vida estável garantida e passou a receber pedidos frequentes da revista LIFE para reportagens sobre o Brasil.
Nos seus cliques, as pessoas eram retratadas com uma dignidade característica do seu olhar. Humanista, Kurt liberava-se de condicionamento da educação europeia. Isso lhe permitia apreender o corpo, o gesto em seu vigor e despojamento, sem embelezá-lo. E assim, aceitando a presença de certa “sujidade” naquilo que estava a sua volta. Era um ver simples: o que está, faz parte.
No ano passado, as fotografias de Kurt Klagsbrunn ganharam exposição no Museu de Arte do Rio em comemoração aos 450 anos da cidade.
[Crédito de Imagens: Kurt Klagsbrunn]
| via Aperture
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