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A gourmetização do PF?
por Valéria Scavone
Nascido para alimentar o trabalhador na área urbana, o PF é sinônimo de comida caseira, boa e barata. E o Brasil todo come.
O prato feito surgiu para baratear a refeição que antes era servida em travessas. Com porções individuais, a ideia resumiu-se a elementos servidos de uma única vez no prato.
Na década de 40 no Rio de Janeiro, o PF começou a ser encontrado em pensões e restaurantes como opção barata de refeição completa em um único prato.
Hoje, diversos estabelecimentos continuam a servir as refeições em um prato só a preços populares atraindo consumidores que queiram comer o clássico arroz, feijão, bife, ovo estralado e batata frita. A farinha fecha a refeição com um toque que faz toda a diferença no paladar dos apreciadores da comida caseira.
Em todo o país, o básico do prato feito é arroz, feijão e uma mistura. Para acompanhar as tradições de cada estado, as refeições mudam de acordo com a região. Em Minas Gerais, por exemplo, ao invés de feijão, o arroz vem acompanhado de tutu, carne de porco e verdura refogada.
Se você pedir um PF nos estados do Nordeste, irá se deparar com o baião de dois. Já no Sul, o prato feito não é tão popular quanto nos outros estados do Brasil, mas vem servido deliciosamente com arroz, feijão, peixe empanado e banana.
Mas há quem pense em gourmetizar o simples para atender o público com mais condição de gastar, todos os dias, cerca de R$ 30 para almoçar. Uma onda de chefs renomados tem se dedicado à preparação de PF´s com ingredientes nada caros nem raros. A diferença está na preparação técnica dos pratos.
Ainda assim, a filosofia de manter o clássico e ter um valor em conta, persiste entre os aclamados mestres gastronômicos, que pretendem cobrar preços enxutos entre R$ 19 e R$ 27.
As opções entre duas casas que irão abrir em breve em São Paulo, vão desde o arroz, feijão, bife acebolado e salada até sugestões mais incrementadas como carne de panela com funghi, fusilli à provençal; ou polpetone com queijo gouda e purê de batatas.
Seguindo a linha trivial, o chef Ivan Achar, do restaurante Alma, irá servir, em Perdizes, contrafilé com arroz, feijão, alface, cebola, tomate e fritas. Como opção, bife de fígado, bisteca, linguiça caseira ou suflê de chuchu.
Os valores ainda não estão definidos, mas Ivan Achar afirma que seu PF será em torno R$ 22.
| via Estadão
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