Chapa Quente
Alerta: o fim do chocolate está próximo de acontecer
por Valéria Scavone
Recentemente, publicamos um artigo sobre alguns alimentos que estão sofrendo escassez em sua produção mundial. Entre eles, está o chocolate, que até 2020, poderá ser raridade no mundo.
A consequência disso está diretamente ligada ao consumo excessivo de chocolate no planeta Terra. O alerta foi dado pela Mars Inc e a Barry Callebaut, duas gigantes do ramo, que afirmam que em 2013, por exemplo, foram consumidas cerca de 700 mil toneladas a mais do que a quantidade de chocolate produzida. Em menos de 6 anos, este número poderá subir para 1 milhão e, em 2030, para 2 milhões.
A escassez tem a ver com a queda na produção de cacau na Costa do Marfim, Camarões e Gana, onde mais de 70% do chocolate mundial é fabricado. Os motivos são a grande seca na África e uma praga resultante do fungo Moniliophthora roreri, que eliminou cerca de 40% da plantação de cacau. Com isso, os agricultores têm recorrido a opções mais rentáveis, como o milho.
Outro motivo consequente da possível raridade do chocolate no mundo tem a ver com o consumo cada vez maior de chocolate amargo que tem em sua composição cerca de 70% de cacau.
Esta foi uma das causas do aumento do preço do chocolate em 60% em 2012, quando os fabricantes se deram conta que as pessoas estavam consumindo mais chocolate do que o mundo era capaz de produzir.
Com este desequilíbrio, pesquisadores da África Central estão recorrendo a alternativas desenvolvendo árvores capazes de produzir cerca de 7 vezes mais cacau que as comuns. No entanto, o sabor real do chocolate não está garantido. Pelo contrário: para manter o preço do doce e acompanhar o ritmo acelerado de consumo mundial, o chocolate será sacrificado em seu sabor intenso tanto quanto outros alimentos, como o tomate, o morango e o frango.
Mesmo assim, as corporações não estão muito preocupadas se o consumidor vai se queixar desta mudança radical de sabor. O “importante” é que as produções acompanhem o compasso do consumo mundial de chocolate.
Para nós, dois pontos são preocupantes: a raridade prevista em um futuro próximo e as alternativas que as gigantes irão recorrer para “salvar” o mundo da abstinência do chocolate.
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