Fundado pelos holandeses Jouw Wijnsma e Martin Kullik, o Steinbeisser é um conceito gastronômico que perverte a culinária vegetariana atribuindo-se da cultura slow food, da arte e da sustentabilidade.

Os elementos construídos nesta gastronomia experimental vão desde o número limitado de jantares por ano, a confecção exclusiva de louça e talheres por artistas brilhantes, até a escolha dos ingredientes, que têm como destaque, apenas alimentos provenientes da agricultura local biológica ou biodinâmica.

“A Agricultura Biológica é um modo de produção agrícola, sem recursos de produtos químicos sintéticos, tais como, fertilizantes e pesticidas, nem organismos geneticamente modificados (OGM), respeitando o meio ambiente e a biodiversidade” – FAO

A Agricultura Biodinâmica é um dos desenvolvimentos das teorias de Rudolf Steiner, junto com a medicina antroposófica e a pedagogia de Waldorf. O impulso desta atividade tem como consequência natural à renovação do manejo agrícola, a sanação do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos do ser humano. A Agricultura Biodinâmica quer devolver à agricultura sua força original que se perdeu no caminho à industrialização direcionada à monocultura, além de ajudar aqueles que lidam no campo para vencer a unilateralidade materialista na concepção da Natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, encontrar uma relação espiritual-ética com o solo, com as plantas, com os animais e os coirmãos humanos.

O trabalho da dupla holandesa é tão complexa e meticulosa quanto estas duas definições. Os jantares do Steinbeisser, que acontecem pouquíssimas vezes por ano e são anunciados ao público dias antes do evento, têm um valor fechado com um menu de 5 pratos compostos apenas por alimentos provenientes destes dois tipos de agricultura.

Em cada jantar, chefs com estrelas Michelin são convidados a elaborar os pratos, bem como outros artistas fantásticos, que têm como objetivo, recriar conceitos de talheres, louças e outros utensílios essenciais que compõem um jantar. Sabores, texturas, a agricultura local, os próprios alimentos, as combinações, os pratos, os talheres, a louça, as cores, tudo é estudado e elaborado durante meses e meses. Por isso, um grande intervalo entre um jantar e outro.

Para os fundadores do conceito, todos os elementos da gastronomia experimental têm como finalidade, gerar um desafio à cultura contemporânea do comer. “Não é só o gosto ou a textura que excita os sentidos, as louças e os talheres projetados pelos artistas proporcionam uma experiência que muda a percepção da comida servida“.

“Steinbeisser não só desafia este tipo de cozinha para encher de novos sabores as bocas dos comensais, mas também, o cozinheiro chef e os artistas, que criam fora de suas especialidades, novos conceitos espetaculares“.

O último evento aconteceu em outubro do ano passado no Lloyd Hotel & Cultural Embassy, em Amsterdã, e teve como chef convidado Edwin Vinke, do restaurante De Kromme Watergang.

O próximo Steinbeisser terá David Kinch (Manresa), Corey Lee (Benu) e Matt Kirkley (L20) como chefs convidados e será em San Francisco, Califórnia.

Estamos apaixonados pelo conceito da gastronomia experimental da Holanda e na torcida para tê-los em breve aqui no Brasil <3

[Crédito de Imagens: Steinbeisser]

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