CCOO na Roça
CCOO na Roça
por Valéria Scavone
Comendo com os Olhos na Roça, nossa nova coluna que vai explorar a cultura gastronômica e o tema alimentação de pequenas cidades e comunidades, levando à vocês um cardápio diversificado recheado de conteúdos saborosos.
Hoje, estamos em São Francisco Xavier, município de São José dos Campos. Criado oficialmente em 1892, o Distrito foi, na verdade, uma cidade de passagem onde tropeiros vinham de Minas Gerais da cidade de Camanducaia, comercializar no bairro Alto da Ponte, em São José dos Campos.
Binho, a representação da raiz da cidade de São Francisco Xavier
Devido ao seu isolamento, a cidade de São Francisco Xavier sobreviveu, durante muito tempo, apenas de atividades agropecuárias. Por fazer parte da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, a cidade é considerada uma área de Proteção Ambiental Federal.
Amparada pela Lei nº 4212 de 24 de junho de 1992, a cidade de São Francisco Xavier é vinculada ao uso e ocupação do solo ao bem estar da população e à preservação ambiental.
Com uma população de 4 mil habitantes, escolhemos a pequena cidade para dar início a uma série de estudos e pesquisas no que diz respeito ao amplo universo do tema alimentação.
Há mais de uma semana na cidade, já pude perceber o sentido aplicado da palavra comunidade. Por aqui, todos têm uma solidariedade espontânea e um convívio especial que mais parece uma grande família.
Sustentados por uma filosofia de comunhão, por aqui, os estabelecimentos comerciais conversam entre si e sempre buscam comercializar produtos de pequenos produtores. Os restaurantes, pousadas, padarias, ateliers de produtos medicinais, etc, utilizam ingredientes provenientes da produção local. Assim, há uma energia cíclica entre os membros da comunidade de São Francisco Xavier que levam aos visitantes, princípios de uma convivência rotativa e colaborativa, algo raro nos dias de hoje.
E não estamos em outro mundo não. São Francisco Xavier fica há 163 km de São Paulo, cercada pela exuberância da Serra da Mantiqueira. Com cachoeiras, trilhas e uma cultura gastronômica diversificada, a pequenina SFC é acolhedora e abraça a todos que chegam por aqui.
Nossa pesquisa começa no centro e vai se espalhando pelos arredores. Não temos linhas que limitem os caminhos para explorar a cultura da vida na roça. Por aqui, você vai saber da história dos tropeiros contada por um barbeiro ícone da cidade. Ex técnico de futebol, seu mini salão é decorado com todos os troféus que recebeu durante a profissão. A matéria segue com uma receita de feijão tropeiro feita por outra figura de grande importância para a cidade.
Vamos acompanhar a produção e cultivo de cogumelos e queijos, a pesca da truta, a história do porco na lata e a tradição do prato na gastronomia de São Francisco Xavier.
Faremos visitas em casas de pessoas comuns que tem história para contar e uma habilidade especial na cozinha. Marcaremos presença na festa da Dona Leah, uma senhora que vai completar 103 anos de idade, anda sozinha pela cidade, toma sua cachacinha e diz que o segredo para uma vida longa, é poder sorrir todos os dias em uma cidade sustentada pelo amor e coletividade.
Para fazer a estreia da coluna, o CCOO na Roça trouxe para vocês a Dona Maria, autora dos melhores e mais deliciosos bolos da cidade. Sua casa fica há quase 1000 metros de altitude em um lugar incrível. Por isso, digo que seus bolos são, literalmente, pedacinhos do céu.
Para dar um contraste no doce, vamos mostrar para vocês, o alho negro, um deslumbre de sabor e excentricidade. Aqui em São Francisco Xavier, descobrimos duas pessoas que produzem a iguaria, utilizam em pratos no restaurante e comercializam como presente ou para consumo próprio.
Este é o CCOO na Roça, um canal com conteúdo relevante, exclusivo e com um toque especial de curiosidade. Estou aqui para aprender, absorver e transpor para vocês um banquete de assuntos novos e gostosos de devorar.
Sejam bem vindos!
Beijos,
Valéria Scavone
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