Cinema a gosto
Cinema a Gosto: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain
por Redação
É bem provável que você já tenha assistido O Fabuloso Destino Amelie Poulain, mas ele é o filme escolhido para o Cinema a Gosto de hoje para propor que o longa seja revisto com outros olhos: o da importância que a comida tem como papel social nesta história. Tudo gira em torno de comes e bebes em Amelie Poulain e é através deles que as personagens se comunicam e trama se desenrola.
A começar pelos pequenos prazeres de Amelie, de quebrar a casquinha do crème brûlée com uma colher e vestir amoras nas pontas dos dedos. A comida também é um dos prazeres de Dominique Bretodeau, um antigo morador do apartamento onde vive a protagonista. Acidentalmente, Amelie descobre uma caixa empoeirada e repleta de brinquedos e outras tralhas, escondida atrás de um azulejo do seu banheiro.
Ela pensa que talvez aquilo pudesse ter algum valor para seu dono e decidi ir atrás do proprietário. O ‘tesouro’ pertence ao sr. Bretodeau, que tem o hábito de comer frango semanalmente, mas o ritual o entristece pois faz com que se lembre de sua filha, com quem já não fala faz muitos anos.
Ao receber de volta a caixa encontrada por Amelie, o homem toma coragem para procurar a filha e agora passa a desfrutar do frango assado na companhia do neto. Ajudando um desconhecido, a solitária Amelie se sente bem e decide fazer mais por outras pessoas que moram no mesmo apartamento, mas que ela tem pouco contato.
Jantando sozinha, ela percebe espiando pela janela, que seu vizinho, o ‘Homem de Vidro’, também é igualmente só. Os dois passam a conversar em meio a pratinhos de biscoitos de gengibre e cálices de vinho tinto.
O velhinho não sai de casa e é Lucien, um rapaz com problemas mentais, que trabalha na quitanda embaixo do edifício, quem lhe faz compras e lhe entrega os produtos. Lucien é constantemente chacoteado pelo chefe pela maneira peculiar e cuidadosa que trata os alimentos.
Dentro de casa por conta de uma doença que faz com que seus ossos se esmigalhem com qualquer toque ou esbarrão, o Homem de Vidro reproduz anualmente a mesma pintura de Renoir: Almoço dos Remadores.
Em uma das cenas, Amelie diz que ‘eles parecem pouco felizes’ e o vizinho rebate que deveriam estar, pois naquele ano teriam moreia e waffle com geleia para as crianças.
Amelie também trabalha no Café Des 2 Moulins, onde seu chefe bebe kir (vinho branco com creme de cassis) e mauresque (licor de anis misturado com syrup de amêndoas) enquanto fala sobre amores, a vida e outras fofocas.
É na cafeteria que ela encontra Nino, um rapaz que ela constantemente esbarrava em máquinas de fotografia instantânea e pelo qual se apaixonou platonicamente e é ali que ele percebe sua existência de fato.
O filme termina com a moça preparando sua famosa torta de ameixas e sonhando com uma vida ao lado de Nino, quando ele finalmente toca à sua porta e os dois ficam de fato juntos.
Em um país como a França, onde comer é um ritual social, o filme aborda a solidão de maneira sensível, onde a conexão entre as pessoas se dá de maneira natural através da comida. Para ver e rever, sem moderação, sempre que sentir fome; de emoção.
[Crédito de imagens: Still do YouTube]
| via Adoro Cinema
Compartilhe
Deixe um comentário
1 comentários
-
Por Thiago Martins | janeiro 17, 2015 às 22:47| Responder
Deixe um comentário Cancelar resposta
Mais lidas
Cadastre-se
Receba todas as novidades do Comendo com os Olhos direto no seu e-mail.
Gosto muito do filme de Amélie, que foi inclusive objeto de estudo na disciplina de filme e vídeo na minha graduação em Design. E é claro que fiz questão de visitar o Café des Deux Moulins, que fica próximo ao Moulin Rouge, quando fui visitar Paris. Outros cenários do filme permeiam a região da catedral Sacré Cœur. Bom, o café onde Amélie trabalha existe de verdade, e tem algumas relíquias do filme para agradar aos turistas. Na ocasião, tomei um capuccino e, como lanche, experimentei o fabuloso Croque Madame, que vem com uma saladinha. Tornou a visita a Paris mais saborosa e colorida.