Comportamento
Homem resgata comida do lixo e cria estações de doações
por Redação
Na semana passada o ativista ambiental Rob Greenfield configurou uma exibição de alimentos nada convencional no meio da Union Square Park, em Manhattan, Nova Iorque.
Quem passasse por lá, poderia ver o aglomerado de pessoas em volta da instalação feita com alimentos selecionados que esperavam até o momento em que todos fossem convidados a pegar o que eles quisessem.
A surpresa é que todos os alimentos dispostos na praça foram colhidos, durante quatro horas, das lixeiras de Nova Iorque.
Mas por que alguém iria fazer uma exibição pública de comidas encontradas no lixo? Porque nos Estados Unidos, 1 em cada 7 habitantes enfrentam a instabilidade alimentar, o que, de acordo com a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), é definido como uma condição familiar social e econômica de acesso limitado a uma alimentação adequada.
Segundo pesquisas, cerca de 40% dos alimentos produzidos nos EUA nunca chega aos pratos. Um número altíssimo e o que explica este fato, é que os modelos de negócios de supermercados e grandes marcas de varejo tem uma margem de 10% do que eles podem jogar fora se os alimentos não estiverem dentro do padrão de venda.
Fora isso, os produtos alimentares que ultrapassam a data de validade, também são descartados. Porém, muitos permanecem frescos e comestíveis e, ao invés de serem doados para instituições ou distribuídos para quem precisa, vão para o lixo.
Greenfield traz esta questão à “mesa urbana” de uma forma criativa e impactante. Ao longo das últimas 7 semanas, ele montou em sua bicicleta e criou oito manifestações públicas. Intitulada Food Waste Fiascos, as instalações consistiam em dispor alimentos frescos encontrados no lixo.
Em sua arrecadação, Rob descobriu que vários alimentos ainda estavam em perfeito estado, Alguns há um mês do prazo de validade. Encontrou, também, diversos produtos orgânicos entre frutas, verduras e legumes, pães artesanais, além de outros especiais como granola e castanhas.
À princípio, Greenfield não tinha ideia que o público tivesse interesse em pegar a comida que foi coletada das lixeiras. Em uma entrevista concedida para um canal aberto dos EUA, ele diz ter ficado surpreso quando as pessoas começaram a pegar os itens dispostos e deixaram de lado o estigma de comer alimentos que tinham como procedência as lixeiras.
Com o resultado surpreendente, a análise final de Rob Greenfield gira em torno de gerar uma cultura de responsabilidade entre os supermercados e estabelecimentos que trabalham com comida e estimulá-los à doação destes alimentos ao invés de ter como destino as lixeiras.
Além de cessar o desperdício de alimentos em ótimo estado, a atitude configura uma redução do número das pessoas que enfrentam a instabilidade alimentar.
Aqui no Brasil, é necessário mais força e iniciativa para investigar supermercados e estabelecimentos que estejam dispostos a conceder à fome do país os alimentos que são julgados inadequados para o consumo do consumidor comum.
O Comendo com os Olhos apoia esta iniciativa e quer a sua ajuda para que, juntos, possamos mobilizar e propagar esta ideia. Portanto, deixe aqui nos comentários o nome de estabelecimentos que você sabe ou imagina que possa contribuir para um mundo com menos fome.
[Crédito de Imagens: Rob Greenfield]
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