Acontece
O curioso caso de um garotinho que não sente fome nem sede há um ano
por Valéria Scavone
O nome dele é Landon Jones, de Waterloo, Iowa, e depois de ter jantado pizza e sorvete em 14 de outubro de 2013, ele nunca mais sentiu fome nem sede. Ao invés disso, o que o garotinho sente são tonturas e está adoecido desde então.
Um ano depois, a preocupação dos pais de Landon só aumenta por não saberem o que fazer. “Landon sempre sorriu, teve muita energia, sempre gostou de ir ao parque e andar de bicleta”, disse Sr. Jones, pai do menino. “Mas desde que acordou o ano passado depois deste jantar, ele perdeu toda a sensação de fome e sede”.
Na consulta com o pediatra de Landon, foram prescritos antibióticos que não fizeram diferença nenhuma. Ele foi, então, levado para médicos em outras cidades e uma das consultas foi feita na Mayo Clinic, em Minnesota. Mas, infelizmente, o caso continuou com ponto de interrogação. Nenhum dos médicos em nenhuma das consultas conseguiu encontrar uma resposta e, tampouco, uma solução para Landon. Segundo o Dr. Marc Petterson, neurologista infantil da Mayo Clinic, o caso de Landon pode ser o único no mundo.
Especialistas especulam que o garotinho pode estar sofrendo de um mau funcionamento do hipotálamo – a parte do cérebro responsável pela regulação da fome, da sede, da temperatura corporal, pressão arterial e os ciclos de sono. Mas não há nenhuma evidência conclusiva para sugerir esta hipótese. O Sr. Jones desabafa aflitivo: “Os médicos podem fazer todos os exames de sangue, todos os testes e qualquer outra tentativa de fazê-lo voltar ao normal. Mas, infelizmente, não podem fazer um teste no hipotálamo”.
Os pais de Landon suspeitam que, talvez, a causa da doença tenha a ver com o tratamento que recebeu há três anos para suas crises de ausência. Aos nove anos de idade, o menino sentava e “olhava para o espaço”, totalmente alheio ao mundo ao seu redor.
Depois de consultas, os médicos colocaram Landon em tratamento por um ano com Depakote, comumente usado para tratar tais ausências, simples ou complexas. A ausência simples é definida como uma breve confusão do sensório ou perda de consciência, acompanhada de um certo número de descargas epilépticas generalizadas, sem outros sinais clínicos detectáveis. A ausência complexa é um termo usado quando outros sinais também estão presentes.
Agora, os médicos estão querendo saber se existe uma ligação entre a droga e a supressão de seu apetite e sua sede. Mas essa não é a explicação mais provável porque o uso contínuo de Depakote é normalmente associado ao aumento da fome e ganho de peso.
O próximo destino de Landon será no National Institute of Health, onde eles examinam e consultam apenas os casos mais raros. Enquanto isso, a falta de nutrição já fez com que seu peso saudável de 47 quilos caísse para o número preocupante de 30 quilos. E ele continua a perder quase 1 quilo por semana. Enquanto seus pais sofrem e o encorajam a comer, o que ele consegue é, no máximo, uma mordida em um sanduíche.
Compreensivelmente, Landon tornou-se fraco e apático. No ano passado, ele assistiu apenas 65 dias de aula e prefere ficar deitado no sofá enquanto seu irmão mais novo de 9 anos brinca em volta dele com o cachorro e a família. Seus pais dizem que Landon não se movimenta há meses e é forçado a, pelo menos, assistir seus irmão brincar do lado de fora da casa para tentar, de alguma forma, estimula-lo.
O Sr. Jones está praticamente no seu juízo final tentando encontrar uma resposta para o real problema de seu filho. Eles passam cerca de 6 horas por dia em qualquer lugar que seja pesquisando o caso para encontrar alguma solução.
“Às vezes nós sentimos que estamos falhando como pais. E a razão porque sinto isso é que, cada vez que coloco ele na balança, vejo que ele perde peso. Nós poderíamos fazer algo com substâncias que ganham peso, mas ele mantém a inapetência e continha perdendo peso”.
O pai disse que, para eles, a frustração que Landon tem de não ser capaz de comer ou beber, é simplesmente muito difícil de suportar. “Este não é um estudo de animais nem de ratos. Ele é um ser humano e, supostamente, o primeiro caso na história da medicina. Nós apenas queremos que a área médica colabora e trabalhe uns com os outros para tentar descobrir o caso do meu filho”, suplica John.
Enquanto os pais aguardam aflitos e ansiosos por uma luz médica, nós aqui torcemos e esperamos que haja sensibilidade dos profissionais para aprofundar pesquisa e buscar uma solução rápida para que Landon volte, o mais rápido possível, a ser uma criança saudável que possa brincar, crescer, se divertir e ser feliz de verdade.
Todas as imagens via Des Moines Register
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