É na ilha mais remota do arquipélago japonês que encontra-se um dos povos mais sustentáveis do mundo. Os habitantes de Kamikatsu conseguiram organizar-se para atingir a meta de taxa de reciclagem de resíduos de 90%.

Nesta cidade, os resíduos são separados em 34 categorias distintas por todos os cidadãos, que têm o dever de levar o lixo para um centro de recolha da comunidade. Somente os idosos estão isentos dessa obrigação.

Desta forma, os caminhões de lixo foram totalmente eliminados da cidade e, cada família é responsável pela gestão de seus resíduos, já que a coleta de lixo tradicional, não é viável nesta área montanhosa. Na ilha, também há um centro de troca, no qual é possível deixar objetos que não são mais úteis para uns, mas importante para outros.

Inicialmente, o objetivo do programa da cidade de Kamikatsu, era reduzir as taxas de incineração de resíduos domésticos, uma prática comum que afeta a saúde das pessoas e do meio ambiente. A iniciativa tem funcionado tão bem que, com o dinheiro arrecadado com a reciclagem, o município fornece subsídios para a compra de equipamentos para compostagem e outros insumos para melhorar o bem-estar da comunidade.

Com o material recuperado no processo de reciclagem, o povo de Kamikatsu construíram o Kamikatz Public House, um bar e espaço cultural para fortalecer os laços entre os habitantes. Projetado pelo arquiteto japonês Hiroshi Nakamura e PAN, o edifício foi construído, integralmente, com materiais recuperados, como: madeira, garrafas, janelas e porta.

Em 2016, o projeto ganhou o Wan Award Sustainable, um dos mais importantes prêmios no campo da sustentabilidade, que homenageia a excelência na forma de combinar arquitetura e design com sustentabilidade.

Nacionalmente, a taxa média de reciclagem do Japão é de apenas 20%. Até 2020, Kamikatsu quer reciclar 100% de todos os seus resíduos.

Um belo exemplo deste povo japonês, que demonstrou que, à partir da organização dos cidadãos junto com políticas públicas responsáveis, é possível gerar profundas mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente.

[Crédito de Imagens: Muhimu]

| via Muhimu

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