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Para driblar a solidão, jovens chineses adotam repolho como melhor amigo
por Valéria Scavone
Sim, um repolho! Para entender esta situação bizarra, mas um tanto triste, uma das justificativas que o jovem Lui Ja Chen, de 17 anos, deu para escolher o repolho como companhia diária, é que “eles são melhores que os cães porque não requerem cuidados, não precisam comer e nem sujam a calçada”.
Para completar sua filosofia, Liu revelou que o vegetal o ajudou muito, pois quando o leva para passear, ele transfere seus pensamentos negativos: “Quando vejo alguém com repolho é mais fácil iniciar uma conversa. E, depois, posso jogar o repolho fora e sentir que eliminei sentimentos ruins junto com ele”.
Segundo o psiquiatra Wen Chao, os jovens viram no repolho não só uma companhia para evitar a solidão, mas uma forma de encontrar alguém que também esteja passeando com o vegetal pelas ruas para simplesmente darem início a uma conversa. Assim como as pessoas levam seus animais para passear e acabam fazendo amizades com outros donos, estes jovens chineses usam do mesmo artifício para conseguirem relacionarem-se uns com os outros.
De acordo com a mídia, estes chineses aderiram a um tratamento psicológico contra problemas relacionados à depressão, como a solidão, e adotaram o vegetal como um animal de estimação para serem seus melhores amigos.
A inspiração destes jovens surgiu com a série “Walking the Cabbage in Tinanmen” – Andando com o Repolho, em tradução livre – realizado entre 2000 e 2008 pelo artista e fotógrafo chinês Han Bing, especialista em fotografia e arte performática.
Na época, o artista afirmou que sua intenção era “que as pessoas vejam o quanto nossas vidas diárias são rotinas que nos cegam”.
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