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BLW: a tendência alimentar que incentiva a autonomia dos bebês
por Redação
Passado os primeiros seis meses de vida do bebê, os pais costumam inserir as papinhas na dieta da criança. No entanto, Gill Rapley, uma consultora de saúde britânica, ganhou fama na última década por propor uma maneira alternativa de introduzir a alimentação aos pequenos: o Baby Led Weaning (Bebê que Lidera o Desmame).
O que significa isso? Que ao invés de dar os alimentos em forma de papinha – todos misturados e batidos no liquidificador – o ideal é apresenta-los ao bebê em sua forma tradicional, apenas cortado em pedacinhos para facilitar a ingestão e deixar que a criança coma sozinha, em seu ritmo, sem a utilização de talheres.
Isso não é uma novidade e nem uma grande descoberta, alguns pais ou mesmo avós, já agiam assim com seus filhos e netos. O novo está na maneira como virou tendência nos últimos seis anos, após o lançamento do livro Baby-led Weaning: Helping Your Baby to Love Good Food, de Rapley, em 2008.
Sucesso na Europa e nos Estados Unidos, a publicação segue sendo traduzida para diversos idiomas e vem ganhando cada vez mais adeptos das técnicas propostas pela especialista.
Por mais que tenha gente que libere os alimentos de forma sólida para os bebês, a maioria das pessoas ainda opta pela papinha – seja por receio da criança engasgar, seja por pensar que essa é uma boa opção por conta das limitações dos pequenos.
A realidade, porém, é que as crianças sempre podem engasgar, até mesmo com leite do peito da mãe. Por isso é preciso muita atenção em qualquer refeição que os bebês forem fazer. Por outro lado, são curiosos e instintivos e adoram descobrir texturas e sabores ao poder tocar e ingerir os alimentos por conta própria.
Permitir que os pequenos tenham essa autonomia, proporciona uma experiência sensorial e contribui para que treinem a mastigação e aproveitem todos os nutrientes dos alimentos, que muitas vezes são perdidos quando processados para a papinha. Sem contar que os pais também ficam mais à vontade para poder comer junto ao bebê e não apenas ficando em função dele.
Para que possa acontecer essa liberdade – tanto aos pais quanto à criança – é preciso que a alimentação da família seja equilibrada. Por mais que a ideia seja que todos se alimentem juntos, com a mesma comida, alimentos muito condimentados, carnes fortes e muita massa não fazem bem aos pequenos.
Outro ponto que precisa de atenção são as comidas que serão oferecidas para o bebê. Ovos de codorna e tomate cereja, por exemplo, são pequenos, mas também fáceis de engasgar, caso a criança acaba engolindo acidentalmente.
No que diz respeito às frutas, retirar cascas, caroços e sementes facilita a mastigação. E ao servir legumes, o alimento deve ser bem cozido para evitar o risco de engasgos graves também. Cenoura, pepino e manga são bons para começar, pois têm texturas e paladares diferentes, que as crianças acabam gostando com mais facilidade.
O ideal é não introduzir a comida na boca da criança e sim deixar que ela coma sozinha, com as mãos mesmo, em seu próprio ritmo. Sem a preocupação em controlar a quantidade de comida ingerida, diferente dos adultos, os pequenos param de comer quando se sentem saciados.
E este é um procedimento no qual a criança irá sim se sujar – e muito. Sendo assim, a dica é forrar o chão no entorno com um pano ou mesmo jornal e não abrir mão do babador. Se a temperatura estiver favorável, vale deixar até mesmo que o bebê se alimente apenas de fralda, sem roupinhas.
Os pais também podem tentar aliar as duas técnicas: a papinha e a introdução dos sólidos, para testar com qual delas a criança se adapta melhor. E é fundamental, para quem quiser adotar a prática, seguir com o acompanhamento de um pediatra e nutricionista para encontrar a melhor maneira de alimentar o bebê.
| via Nosso Primeiro Bebê
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