Selton Mello é uma grande motivação para que eu assista a filmes que, se ele não participasse de algum modo, certamente não despertariam meu interesse pura e simplesmente por conta da sinopse.

E foi por conta disso que acabei assistindo Reflexões de um Liquidificador. Por mais que ele não aparecesse em cena, emprestaria sua voz para dublar o tal liquidificador.

Não há muito como resumir Reflexões de um Liquidificador sem spoilers. Basicamente o longa conta a história de um casal de recém-aposentados formado pela dona de casa Elvira (Ana Lúcia Torre) e Onofre (Germano Haiut), desaparecido faz alguns dias. Quem narra essa trajetória é o liquidificador da família, que acabou ganhando voz após ter suas hélices trocadas.

Antes de se aposentarem, Elvira e Onofre tinham um bar em um ponto alugado no centro de São Paulo. O liquidificador, que já pertencia aos dois há muito tempo, ficava com eles no botequim – sua maior diversão era preparar as vitaminas dos clientes. Mas um dia suas hélices quebraram e foram trocadas por novas e com essa troca, ele passou a raciocinar e falar.

Inicialmente, só pensava quietinho no seu canto. Com o fechamento do bar, o liquidificador voltou para a cozinha do casal e começou a se comunicar verbalmente com Elvira, que ficava o dia inteiro em casa enquanto o marido procurava bicos para manter a renda da família.

O filme começa com o desaparecimento de Onofre e é o liquidificador quem vai contando aos espectadores o que aconteceu antes do sumiço do velho. E é melhor eu parar por aqui para não entregar a história.

Dirigido por André Klotzel, Reflexões de um Liquidificador é uma história de amor, que tem muito drama envolvido, mas é retratada com passagens e tirada cômica; cheias de ironia e sarcasmo, com um fundo de suspense manjado logo no início – porém que surpreende e prende a atenção até o fim.

Enfim, uma verdadeira mistureba improvável que deu certo e gostei de verdade, independente do Selton Mello. Lógico que depois de assistir super desejei que meu liquidificador começasse a conversar comigo também, com a voz dele, claro!

| via Adoro Cinema

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