Achados e Provados
Como o visagismo alimenta o empoderamento
por Comendo com os Olhos
Já é hora de não sermos pragmáticos quanto ao conceito de beleza instituído pela mídia. Alimentar-se da maquiagem que assola a ilusão de que, para ser belo, você tem que estar na “moda”, ser magro, estar sempre bem arrumado e tal, só vai te deixar com mais fome ainda de ser o que você não precisa ser. E para fazer valer essa máxima, vou contar uma experiência incrível que tive sobre empoderamento à partir de um corte de cabelo.
Na última semana, estava em um supermercado e, do nada, encontro um casal de amigos meus que não via há mais de um ano. Eles estavam comprando vinho para ir jantar na casa de uma amiga e, gentilmente, me convidaram para ir junto. No cardápio: vaca atolada. Estava vestida totalmente desencanada, sem nenhum mísero rímel, sem bolsa, nem nada. E, a primeira coisa que me veio à cabeça ao receber o convite e perceber minhas roupas foi: vou assim mesmo! Bora!
Mesmo com todo esse desprendimento estético, ao encontrá-los, uma das minhas primeiras falas para o meu amigo cabeleireiro foi: “Para de observar meu cabelo que eu sei que tá horrível, Raphael, hahaha!” O Rapha é um profissional top de linha, fera na química! Ele que vinha dando cor, luzes e corte no meu cabelo durante uns 7 anos. Por estar morando em São Francisco Xavier, em uma das minha vindas à SP, me desencontrei dele e fui cortar o cabelo em um salão na Pamplona todo moderninho. Sentei, e então, veio a tal profissional:
– Olá! Como você quer cortar?
– Ah, eu tenho o rosto um pouco redondo. Quero um corte que esconda um pouco isso. Talvez um médio corte com bico com leveza para dar balanço e volume.
– Ok!
Começou e terminou o trabalho e, quando olhei no espelho, estava exatamente igual! Ninguém, nem eu mesma, poderia perceber que eu tinha cortado o cabelo. Que droga! Sim, eu poderia falar para ela que não tinha gostado, mas por eu ter percebido que a moça ficou com medo de passar a tesoura no meu cabelo, nem me arrisquei. Paguei uma nota, fui embora chateadíssima e ninguém mais mexeu no cabelo, que se tornou a principal vítima do meu corpo. E eu, consequentemente.
Bom, chegando na casa da Joy, que eu ainda não conhecia, e em meio a taças de vinho, nachos, a Iuca (namorada do Raphael) fazendo uma sopa de lentilha, e a Joy, uma vaca atolada, que eu não comia há anos luz, descubro que nossa anfitriã é visagista.
– Visagista?
– Sim! Já ouviu falar?
– Já, mas me fala melhor!
– Visagismo é o estudo do rosto. Tem como principal objetivo, cortar o cabelo para evidenciar os traços da personalidade sem descaracterizar as linhas do rosto, que dizem muito sobre as pessoas. Se no momento você precisa de força e tem o rosto quadrado, por exemplo, eu não posso suavizar esse quadrado, porque esse quadrado é a sua força.
– Gente, que sensacional! E é com isso que você trabalha? (balançando os cabelos para mostrar mais ainda que: É DISSO QUE EU PRECISO!)
– Sim! Hahaha! Por isso é melhor a Iuca picar o alho e a cebola. Amanhã eu trabalho e não dá para tocar o rosto das pessoas com cheiro de alho, né?
E no meio do jantar, chega mais uma moça profissional dos cabelos: a Kelen, que trabalha junto com a Joy na Cabelaria. Imagine, minha gente, eu, no meio de 3 cabeleireiros, com minha peruca gritando, esbanjando um show de horror! Ao começarmos a comer a vaca atolada, a Joy me fez um convite: “Vai lá na Cabelaria! Vamos conversar mais. A cor do seu cabelo é linda, você tem os traços assim, assim e tal. Passa lá!” – eu, toda radiante, respondi um “SIM! EU VOU!”, pensando com olhinhos de coração: “Essa vaca atolada me deu uma sorte…! Eu não só vou, finalmente, cortar meu cabelo depois de 2 anos relaxada, como também, ter a oportunidade de sair do estereótipo de ouvir igual ouvi no cabeleireiro da Pamplona: “esse cabelo tá na moda“, “está usando muito”, “como você quer que corte seu cabelo?”, “reto? repicado? quer uma leveza?”.
E lá fui eu na Cabelaria, uma casinha azul, linda, na Joaquim Antunes, pioneira na aplicação do conceito visagista. A fachada charmosa, bem diferente dos salões comuns, não intimida ninguém com pouca grana a entrar no salão. Lá dentro, pessoas como eu: nada cocotas, nada peruas. Não tinha papinho de cabeleireiro, sabe? Nem Caras, Contigo!, Cláudia… Gentilmente a Joy me recebeu e fomos bater um papo. Na parede, a projeção de um filme com a Marilyn Monroe. Na cozinha, um ar todo retrô, com uma geladeira incrível, quadros com astros da boa música, uma miniatura do E.T.; e uma cafeteira de espresso.
Lá, a Joy contou o que era a Cabelaria, reafirmou o conceito de visagismo, perguntou como eu estava no momento e o que eu queria para a minha vida. Esse bate papo durou uns 45 minutos. Sim! Tudo isso para fazer um corte de cabelo. Lá, quando você marca um corte, você tem 1h30 só para você. Mesmo que você não faça nada além disso. A conversa que antecede a arte do visagismo, é o ingrediente principal para a transformação, para o resgate e evidência da sua essência, da sua personalidade, dos traços que caracterizam seu ser.
E então, pronta para a transformação, a Joy foi conduzindo seu instrumento de trabalho sutilmente, mas sem dó de cortar. Depois de uns 20 minutos, me vi no espelho e enxerguei tudo o que eu queria exteriorizar para o mundo! Me senti forte, determinada, leve e lindamaravilhosa! Claro que este sentimento é bem particular. E é aí que está a arte do visagismo, que neste dia, foi conduzida pela Joy, uma pessoa com sensibilidade de absorver o seu momento, sua personalidade e seus objetivos, valorizando seus traços e suas linhas, para trazer ao seu rosto, a moldura perfeita com harmonia e estética para evidenciar o melhor de você.
Para ver mais do trabalho da Joy no Instagram, clique aqui.
Abaixo, infos da Cabelaria para você marcar um bate papo sem compromisso, com café e Joy Gomes <3
:: SERVIÇO ::
Cabelaria
Endereço: Rua Joaquim Antunes, 296 – Pinheiros, São Paulo, SP
Horários: de terça – sexta:10h às 21h; Sábado: 10h às 19h
Telefone: 11 3983-4356
Whatsapp: 11 9.9863-7881
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