“Relatos Selvagens” é um filme argentino lançado em 2014, dirigido por Damián Szifron e produzido por Pedro Almodóvar.

Aclamado pela crítica e pelo público, o longa-metragem é uma antologia composta por seis histórias distintas que exploram os limites da sanidade humana em situações extremas.

Combinando humor negro, drama e uma pitada de surrealismo, Relatos Selvagens disseca a natureza humana de maneira visceral e envolvente, revelando como o desespero e a raiva podem levar pessoas comuns a atos extraordinários.

Quem nunca perdeu o controle que se retire, por favor. Desconfio de gente com modos à mesa, com sapatos sem riscos, com dentes mais brancos que chantili. Prefiro os que passam o dedo no bolo, os que roubam bem-casados.

Prefiro as loucas, afinal. As que jogam os sapatos de lado e dançam até a barra do vestido rasgar e o tule encardir. Não saio em foto com com hashtag #Noivo&Noiva se não for de gravata solta ou com um copo na mão.

Festa de casamento é boca livre, sabemos. Muitos vão só por três motivos: chorar, comer e beber. É sempre, ou quase sempre a mesma coisa.

Mas neste filme comeram o bolo antes da festinha. A noiva descobre uma traição no meio da festa, no meio da valsa com o noivo. Imagina? “Inadmissível”, diria o mais conservador dos convidados. “Isso está fora de controle”. Que delícia!

Essa é só uma das surpresas de Relatos Selvagens, do diretor e roteirista argentino Dámian Szifron. Um tapa na cara da sociedade. Ou melhor, uma torta na cara. Se você ainda não viu, corre que ainda dá tempo. É intenso, vigoroso e incrível. Tensão, emoção e humor do início ao fim. Uma aula de roteiro.

Não a toa, o longa, produzido pela El Deseo do realizador espanhol Pedro Almodóvar, foi o único representante latino-americano a concorrer a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano. Obrigado, Damián Szifrón. Ou melhor, gracias.

Com histórias distintas que não se conectam – nem precisam – e protagonistas descontrolados que cometem atos de loucura não premeditados. Relatos Selvagens faz você salivar por mais um acontecimento na trama a cada instante.

Lhe põe inquieto e torcedor pela chegada do prato principal e, com o perdão do exagero de metáforas, faz você se lambuzar todo no final. Mais uma vez, parabéns aos hermanos por mais este filmão.

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