Comportamento
Contato com as hortas faz com que as crianças tenham uma alimentação mais saudável
por Valéria Scavone
Pesquisa recente revela que apenas algumas aulas com contato direto com hortas e cozinhas podem ter impacto de longo prazo sobre as escolhas saudáveis dos alimentos dos pequenos.
Digamos que é interminável os truques para fazer com que as crianças alimentem-se bem com uma dieta repleta de frutas, verduras e legumes. Eis então, que surge Derek Hersh, o super-herói da salada que tem tido o poder de persuadir crianças a comerem “espinafres” naturalmente.
“Pouca exposição ou o mínimo de contato com a educação alimentar tem um impacto”, diz Hersch. Depois de apenas duas sessões, as crianças estavam mais dispostas a experimentar novas frutas e legumes.
O resultado, baseado em um estudo onde crianças completaram um programa de dois anos, mostrou que é imprescindível este tipo de contato com a comida para que os pequenos estimulem a vontade própria de se alimentarem bem.
Antes de realizar esta pesquisa, Hersch foi voluntário no programa do Minneapolis Heart Institute Foundation´s Food Explorers, onde ele introduziu aulas culinárias divertidas com um toque de chef.
O Food Explorers tentou mover este tipo de educação para além das salas de aula, reunindo pais e voluntários, bem como a equipe de serviços de cozinha. Cheryl Rosa, uma das responsáveis pelo refeitório, após o programa da Food Explorers, conseguiu introduzir brócolis e espinafre como alimentos básicos do cardápio.
“Se começarmos a introduzir a educação alimentar nos nossos filhos desde cedo, quando eles chegarem no ensino médio, vai ser bem difícil dizerem ‘eca’ para comidas do bem”, disse Cheryl ao Star-Tribune.
Conhecendo os dois lados do trabalho, Hersch explicou que a pesquisa foi realizada com o objetivo de identificar as melhores práticas que poderiam ser transformadas em um modelo reaplicável em qualquer lugar.
“Nós queremos, de verdade, estabelecer essa forte base de evidências de que estes tipos de programas são eficazes. Com isso, espero direcionar algumas mudanças políticas pela introdução da educação alimentar nas escolas do país”, disse ele.
“Desta forma, podemos projetar um programa que necessita de recursos mínimos, transferindo conhecimento para todas as escolas, independente do bairro e das condições financeiras. Este é um tipo de modelo que tem como base a saúde pública e o acesso deve ser expandido a todos”, completa Hersch.
Os últimos dados mostram que crianças americanas entre 6 e 11 anos têm taxa de obesidade de 18% – mais que o dobro do que era em 1980. A taxa de obesidade tem sido atribuída, em partes, pelo menor número de refeições preparadas em casa.
Com este modelo de fazer com que as crianças tenham proximidade com a vida dos alimentos, o contato direto a partir do toque, da preparação da terra, do plantio, da rega, da espera por ver o fruto nascer, é, sem dúvida, o maior incentivo alimentar que um serzinho pode ter.
Aqui no Brasil, um exemplo onde os primeiros contatos com a alimentação começam desde cedo, é a Escola Agroecológica Sítio Esperança. Por lá, as crianças começam sua relação com a comida à partir dos dois anos de idade quando aprendem a primeira tarefa: plantar. (para ler o artigo completo, clique aqui)
Plantar sementes dentro dos pequenos para colher adultos com uma consciência alimentar mais prudente e saudável, é a melhor produção que o mundo pode receber.
[Crédito das Imagens: Revista Escola, Blog Mundo Horta, Educação Criativa]
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